29 de novembro de 2009

Desabafos

"Os Amigos"


Finalmente vão chegando ao fim dias de angústia e desmotivação. Quase dois anos passados e pouco ou nada deles se tira proveito, a não ser os amigos que acompanhamos e nos acompanham nesta penosa jornada. Renasce a esperança de novos dias e a consequente ânsia que desperta a novidade. De qualquer forma não há retorno possível. Não quero que haja. A liberdade individual resulta de seguir enfrente apesar do temor e não suster-se com aguerrida força à segurança que nos proporciona a certeza. E eu quero ser livre, gostar do que faço e daqueles com quem me relaciono, com quem trabalho, com quem vivo.

Não lamento o passado ou pelo que passei. Todo caminho é caminho que conhecemos uma vez e nos ensina a caminhar por outros trilhos, sem temor, com mais prudência e segurança. Se as lições são duras e traduzem as más experiências vivenciadas, porque as sentimos na pele ou na alma, porque nos doem e nos magoam porque, enfim, nos fazem perder a fé nos outros e em nós mesmos. Mas não há mal nem dor que cem anos dure! Nem dez. Talvez nem dois como neste caso. Se o caminho foi, outrora, ermo e duro, com apreensões e desconsolos, fica a alegria dos companheiros de viagem, aqueles com quem rimos, com quem choramos, com quem lamentamos e connosco se lamentam; que nos consolam e por nós são consolados, com quem choramos sem derramar lágrimas e nos lastimamos sem emitir voz. Mil amigos não fiz, mas como mil são aqueles poucos que me acompanharam nesta última viagem que, se demoramos a conhece-los, uns mais que outros, com certeza demoraremos muito mais a esquece-los pois, sem eles, o caminho seria fardo ainda mais penoso de carregar. Não esqueço, não, os companheiros de sempre, aqueles que sempre connosco estiveram e que, apesar das tempestades exaladas pelas nossas acções desesperadas ou incompreendidas, foram capazes de transformar em bonanças serenas e aprazíveis, as mais terríveis irascibilidades momentâneas.

Obrigado a todos, sem excepção. Aos que me fizeram bem, pois grata foi a sua companhia, e àqueles que me fizeram mal, pois com eles apreendi em quem não se pode confiar, ajudam-nos a escolher com quem devemos seguir e com quem devemos ficar no nosso coração.

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