20 de abril de 2010

Uma Questão de Votos

De há uns tempos a esta parte temos assistido, cada vez com mais frequência, a comentários anti-eclesiásticos em virtude dos abusos a menores cometidos por dignitários da igreja sobre menores em todo o mundo. Não quero centrar-me aqui sobre este tema pois penso que muito se discutiu – sempre de forma subjectiva por parte de todos – e muito ainda mais se discutirá.
No meio desta discussão existe um elemento que me causa algum distúrbio; o tema do celibato.Segundo o dicionário, o termo celibato é o estado de solteiro e, por conseguinte celibatário será aquele que vive no celibato, isto é no estado de solteiro, popularmente “solteirinho da silva”. Penso que este estado ínubo nunca foi um verdadeiro problema para a igreja católica nem daí deverão advir directamente problemas pois, não será o facto de serem solteiros que fará com que os eclesiásticos tenham maior ou menor tendência para actos ou situações menos próprias. Existe, acho, uma confusão clara com o termo “castidade” que, segundo o dicionário significa: abstinência total de pensamentos, palavras e obras sensuais (Priberam). Se não me engano (embora reconheço que a minha fonte possa não ser 100% fiável) o voto dos clérigos é, efectivamente, de celibato e não de castidade como eventualmente possamos pensar. Ao longo da história da igreja e salvo raras excepções, nunca foi permitido contrair matrimónio a um sacerdote sem que fosse penalizado com a expulsão ou o abandono dos hábitos, momento a partir do qual puderam casar e constituir família. A história diz-nos também que a castidade não foi um elemento muito abundante em todas as esferas da igreja, prolífica em casos de paternidade, aleivosias, e excessos de cariz sexual mais apropriados daqueles a quem a igreja apontava todas as suas censuras. Aliás os dois termos, “castidade” e “celibato”, nem sequer são sinónimos. Se me permitem a graça, há quem diga que a castidade é directamente proporcional à duração da nupcialidade.

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