14 de março de 2010

Que futuro?

Por razões de saúde fui obrigado, há já algumas semanas (e estarei por algumas mais), a permanecer enclausurado em casa. Não é essa a razão pela qual segui o congresso do PSD, mas foi essa a razão pela qual o segui com constância e atenção. Gosto dos congressos dos partidos políticos em geral e deste em particular por três razões: a primeira porque é a demonstração de que a democracia vai, melhor ou pior, funcionando; a segunda, porque a situação do país, caótica e sem destino visível, não nos permite ficar alheados dos motores dessa mesma democracia; a terceira, porque talvez daqui derive um não muito distante novo governo. Dos últimos congressos que este partido promoveu este foi, na minha opinião, aquele que conseguiu unir os seus membros em torno de uma ideia e de um caminho comum. Mas o que mais me preocupa é o facto de esta união plantar a sua semente na árida e murcha terra em que o solo lusitano se transformou. A situação económica é, de facto, alarmante e as medidas necessárias foram permanentemente adiadas em nome da sobrevivência política dos seus protagonistas com o intuito, por um lado, de permanecer no poder e, por outro, com a desculpa de não ser possível fazer nada em quatro breves anos. J. P. Morgan dizia que “existem duas razões para as acções das pessoas: as boas e as verdadeiras”. É isto que sucede não só em muitos aspectos da vida individual de cada um mas, sobretudo, na política. Segundo esta premissa deveriam ser os interesses pessoais de cada um dos seus membros que permitem movimentar um grupo de uma forma positiva e disfarçando as acções com valores máximos. Então, porque razão os partidos não conseguem pensar no país, que é o seu futuro, para além de quatro míseros anos? O futuro é para além de 2013 ou 2015 e o dos nossos filhos ultrapassará em muito esses anos. Temo, é que se não fizermos as restrições necessárias agora, no futuro podemos ver repetidos erros do passado e regressar àquilo que tanto nos custou a ganhar, a liberdade.

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